POEMAS

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Isolamento
Isolamento
Nuria Mallena
Nuria Mallena
Dentro de mim tem dois dias de chuva
e um relógio quebrado.
Dentro do vazio de mim, que é quase tudo que sou.
As coisas existem, só que nem um sonho,
um pensamento,
não é coisa mesmo feita, existida,
mas quase tudo de dentro de mim
é uma réplica de uma ideia alheia,
uma coisa outra de uma coisa tal, não é coisa original.
Eu não vivo de calmas e nem de silêncios,
em mim mora uma tempestade feroz.

No meio desse cotidiano silencioso
eu vejo as cores distorcidas,
eu sinto o tempo amolecido e furo a parede da sala…
Do outro lado tudo é igual,
um outro apartamento de mim,
uma outra eu existindo canhota, me vivendo do avesso.
Serena, distante, ausente do meu olhar,
ignora que aqui ao lado eu anoiteço no seu amanhecer.

Amanhã, enquanto ela tomar o seu café da manhã,
eu vou empurrar, pelo buraco da parede,
a lua cheia.
Quem sabe assim ela se assusta?
Quem sabe se o sol se muda, se tudo se cura?
Quem sabe o que pode acontecer depois de,
numa manhã ensolarada,
uma lua espremida chegar?
Não tem nada que o tempo não acostume.
Dentro de mim tem dois dias de chuva
e um relógio quebrado.
Dentro do vazio de mim, que é quase tudo que sou.
As coisas existem, só que nem um sonho,
um pensamento,
não é coisa mesmo feita, existida,
mas quase tudo de dentro de mim
é uma réplica de uma ideia alheia,
uma coisa outra de uma coisa tal, não é coisa original.
Eu não vivo de calmas e nem de silêncios,
em mim mora uma tempestade feroz.

No meio desse cotidiano silencioso
eu vejo as cores distorcidas,
eu sinto o tempo amolecido e furo a parede da sala…
Do outro lado tudo é igual,
um outro apartamento de mim,
uma outra eu existindo canhota, me vivendo do avesso.
Serena, distante, ausente do meu olhar,
ignora que aqui ao lado eu anoiteço no seu amanhecer.

Amanhã, enquanto ela tomar o seu café da manhã,
eu vou empurrar, pelo buraco da parede,
a lua cheia.
Quem sabe assim ela se assusta?
Quem sabe se o sol se muda, se tudo se cura?
Quem sabe o que pode acontecer depois de,
numa manhã ensolarada,
uma lua espremida chegar?
Não tem nada que o tempo não acostume.

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