Na madrugada de 12 de junho de 2019, nascia a Absurtos Editora. Vinha cheia de sonhos, surtos e ideias para editar livros. Botava a cara no mundo por meio de um site
ainda em construção, mas já moldado ao que se imaginava ser um bom começo. Uma semana depois, viria a abertura das inscrições para o primeiro concurso literário, o Prêmio Absurtos de Poesia 2019, que marcaria o encontro da editora com seus futuros autores.
Ao final de agosto, pudemos conhecer os vencedores da bonita saga que foi ler e selecionar cada poema que faria parte da antologia Poesia libertadora, o livro-fruto do concurso e a pedra fundamental nessa aventura editorial. Mais do que uma coletânea de textos em torno de um tema, é o encontro de poetas de todas as regiões do Brasil. Foram centenas de inscritos, o que nos deu algum trabalho para estabelecer os primeiros colocados do prêmio (tão difícil, que tivemos um empate entre três poetas no terceiro lugar). Para compor a obra, escolhemos poemas que vão do soneto ao verso livre e que falam de amor, de questões sociais, políticas ou filosóficas. No mesmo conjunto convivem o erudito e o popular, o clássico e o vanguardista, a tese e a síntese. Há equilíbrio na quantidade de autores e autoras e a faixa etária vai de 18 a 70 anos de idade. Todos nos apresentando a sua visão do que possa ser uma poesia libertadora.
Tem sido um aprendizado imenso estar em contato com tantos poetas e ter a confiança de todos eles para que pudéssemos editar, preparar, revisar, diagramar e lançar essa antologia tão esperada, bem-vinda e necessária. Sabemos o quanto é difícil esperar por algo em que se acreditou tanto, algo que se desejou tanto. Para quem escreve, a publicação é o momento de eternizar o filho. Para quem edita, é o desafio de pôr no mundo o filho de alguém, com delicadeza, cuidado cirúrgico e o plano de vê-lo crescer forte e bonito. E é por isso que editar também é libertar. Se os versos dos poetas querem voar, somos nós que encontraremos um jeito de construir asas, aparar arestas e equilibrar ritmos para sustentá-los no ar. E esta é uma tarefa árdua, pouco divulgada e quase sempre incompreendida.
Diz-se que o trabalho do editor é bom quando este permanece invisível. Sugestões e ajustes gramaticais ou de diagramação precisam ser fundamentados pelo editor e aprovados pelos autores. Não se trata de mutilar o texto alheio ou impor um outro estilo. Mas o editor é também um leitor e cabe a ele perceber como cada escolha faz diferença. Os poemas são atores no espetáculo da antologia. O editor é aquele que dirige o livro, lança luz sobre ele e assiste a tudo meio escondido nas coxias. Quando nasce uma obra, nascem também seus autores, seus editores e, neste caso, a Absurtos Editora. E nascer é ganhar o mundo, é libertar-se!
Poesia libertadora: antologia Prêmio Absurtos de Poesia 2019
é um livro que não se encerrará apenas em seu formato impresso. Nós o entendemos como um multilivro e, como tal, poderá ser lido em papel ou nos meios digitais e também ser apreciado em áudio. Cada página terá um código QR que, ao ser escaneado pela câmera da maioria dos telefones celulares, direcionará o leitor para uma página web, onde encontraremos o poema escrito, o player
para ouvi-lo e uma minibiografia do autor. Porque liberdade é também poder escolher o meio pelo qual experimentaremos uma obra poética.
Ainda neste ano, em data a ser divulgada muito em breve, lançaremos o pássaro poético aos céus. Que seja um voo pleno, belo e que nos leve a todos – autores, editores e leitores – sempre mais alto e além. Aguardem e fiquem de olho em nossas redes sociais e artigos aqui do blog. Poesia sempre!