No mais infinito desejo, azul irrequieto,
Libertar-se do amargo tempo, insano,
Tal qual Ícaro, em transe, um arquiteto,
Vou além do que é um ser humano.
Tão medonho o medo, a escravidão,
Os grilhões atados em cenário escuro, aberto,
Prenderam-me a alma negra
ao sangrento chão,
Mas com cintilantes palavras, me vi liberto.
Floriu do medo, sorriu-me a ninfa, da procela.
Predadora, musa, do canto lírico
Que se libertou da luz, das celas e,
Tão voraz, das águas, transformou-se em ritmo.
Sais, vento, areia firme, firmamento…
Rasga a garganta, palavra santa,
Onde quer que seja,
Em verso branco, patética rima,
o tom, o lamento,
O choro roto, o perfume onde couber.
Da palavra, o sopro – a poesia
é o que nos resta:
Decanta minh’alma,
Assim, também liberta!
No mais infinito desejo, azul irrequieto,
Libertar-se do amargo tempo, insano,
Tal qual Ícaro, em transe, um arquiteto,
Vou além do que é um ser humano.
Tão medonho o medo, a escravidão,
Os grilhões atados em cenário escuro, aberto,
Prenderam-me a alma negra ao sangrento chão,
Mas com cintilantes palavras, me vi liberto.
Floriu do medo, sorriu-me a ninfa, da procela.
Predadora, musa, do canto lírico
Que se libertou da luz, das celas e,
Tão voraz, das águas, transformou-se em ritmo.
Sais, vento, areia firme, firmamento…
Rasga a garganta, palavra santa,
Onde quer que seja,
Em verso branco, patética rima, o tom, o lamento,
O choro roto, o perfume onde couber.
Da palavra, o sopro – a poesia é o que nos resta:
Decanta minh’alma,
Assim, também liberta!