Pelas ruas da cidade-engenho,
os cinzentos muros arquitetam
uma paisagem que reflete
o íntimo homem moderno.
A miséria socializada,
andarilha dos vagões,
incomoda o estômago oco
da menina negra peregrina
a vagar entre multidões.
O poeta observa.
A vasculhar os latões,
fuça até achar qualquer
resíduo que sacie ausência.
Ausência do manjar posto à mesa,
da família à espera do abraço,
da escola posta ao acolhimento,
dos sonoros amigos em tardes frescas.
Pessoas sem fisionomia, em paleta,
caminham em ritmo acelerado,
enquanto a menina vagueia.
O poeta aproxima.
Assustada, corre.
Ela não sabia.
O poeta sem nome padecia
de igual incômodo: a fome.
Pelas ruas da cidade-engenho,
os cinzentos muros arquitetam
uma paisagem que reflete
o íntimo homem moderno.
A miséria socializada,
andarilha dos vagões,
incomoda o estômago oco
da menina negra peregrina
a vagar entre multidões.
O poeta observa.
A vasculhar os latões,
fuça até achar qualquer
resíduo que sacie ausência.
Ausência do manjar posto à mesa,
da família à espera do abraço,
da escola posta ao acolhimento,
dos sonoros amigos em tardes frescas.
Pessoas sem fisionomia, em paleta,
caminham em ritmo acelerado,
enquanto a menina vagueia.
O poeta aproxima.
Assustada, corre.
Ela não sabia.
O poeta sem nome padecia
de igual incômodo: a fome.