POEMAS

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O ruído
O ruído
Vanderley Sampaio
Vanderley Sampaio
E aquilo ia se espalhando
se espalhando
feito uma praga ou uma sombra
e ninguém mais falava
e ninguém mais ouvia
e todos ficaram com os olhos turvos
quase cegos, quase vivos
cravados como estacas tortas
enquanto tudo ruía
e inexplicavelmente desabava
sem esmagar miolos
e sem ferir quem quer que seja
mas que poderia ter sido
se não fosse o ruído
que de sopro se fez estrondo
e engoliu ferozmente o silêncio
que a todos desesperava
ou encantava ou iludia
maior do que a imensidão líquida
do meu olhar lacustre
que carregava todas as lágrimas
que por uma vida eu quis chorar
mas nunca chorei
porque não fui capaz de prever
o fim de uma história
que jamais teria um ponto final
E aquilo ia se espalhando
se espalhando
feito uma praga ou uma sombra
e ninguém mais falava
e ninguém mais ouvia
e todos ficaram com os olhos turvos
quase cegos, quase vivos
cravados como estacas tortas
enquanto tudo ruía
e inexplicavelmente desabava
sem esmagar miolos
e sem ferir quem quer que seja
mas que poderia ter sido
se não fosse o ruído
que de sopro se fez estrondo
e engoliu ferozmente o silêncio
que a todos desesperava
ou encantava ou iludia
maior do que a imensidão líquida
do meu olhar lacustre
que carregava todas as lágrimas
que por uma vida eu quis chorar
mas nunca chorei
porque não fui capaz de prever
o fim de uma história
que jamais teria um ponto final

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