Poemas
Poema em Carrera (trecho)
Poema em Carrera (trecho)
Aléxia Moura
Aléxia Moura
É tarde, Nezim
Mas vou me demorar mais um tiquim
Dar de mão de um rascunho
Antes que eu mesma me esqueça
As cinzas, eu achava
O ferver da água
A mãe, lenço à cabeça
A tia, lenço à cabeça
Lenços e terços, eu lembrava
Rezas e medos
O silêncio se agigantava
Ficava assim do tamanho da gente
Depois maior que a gente
Invadia a rede
Balançava a rede
Emaranhava no lençol de saco
Tá lembrado?
Era um rato caminhando no telhado
Era um vento apagar de candeeiro
Era tímido, era cabreiro
Depois ele, o medo
Foi menos sorrateiro
Hora já ia chegando ligeiro
E ele esperava na cabeça da gente
Ele acertava a cabeça da gente
Um que estava outro dia puxando o cabresto
Um que era a voz de outro dia levando vargem no cesto
Era de repente memória
Era voz que a gente não via
Era um lento contar de história
A gente chorava a hora
E dizia
Da mãe, da tia, do lenço
Elas faziam seu terço
Pai, os tios, outras mãos
Retirando seus chapéus
O riso da rasga-mortalha ecoava pelos céus
E ele, o medo, arregaçando as mangas
Abotoando as camisas
Chegue, mia fia, antes que um mal te aconteça
Dar de mão de um rascunho antes que eu mesma me esqueça
Da mãe, da tia, do lenço à cabeça
Tu se lembra, Tito?
Com pouco, eram anos 40
O sol de manhã rebentava o olho da gente
Acordava a natureza da gente,
Era chão, era milho, era água no pote
Era um chegar de um estranho, com um pouco de sorte
Um abrir de cancela, um espiar de arredor
Um voltando da roça, enxugando o suor
Um avisar mãe mais pai, atinar de um latido
Tu se lembra, Tito?
Um ganho suado, que escapava feito areia
O nambu que ninguém via espreitando de esguia
Um que dava farinha num punhado de algodão
Mas vou me demorar mais um tiquim
Dar de mão de um rascunho
Antes que eu mesma me esqueça
As cinzas, eu achava
O ferver da água
A mãe, lenço à cabeça
A tia, lenço à cabeça
Lenços e terços, eu lembrava
Rezas e medos
O silêncio se agigantava
Ficava assim do tamanho da gente
Depois maior que a gente
Invadia a rede
Balançava a rede
Emaranhava no lençol de saco
Tá lembrado?
Era um rato caminhando no telhado
Era um vento apagar de candeeiro
Era tímido, era cabreiro
Depois ele, o medo
Foi menos sorrateiro
Hora já ia chegando ligeiro
E ele esperava na cabeça da gente
Ele acertava a cabeça da gente
Um que estava outro dia puxando o cabresto
Um que era a voz de outro dia levando vargem no cesto
Era de repente memória
Era voz que a gente não via
Era um lento contar de história
A gente chorava a hora
E dizia
Da mãe, da tia, do lenço
Elas faziam seu terço
Pai, os tios, outras mãos
Retirando seus chapéus
O riso da rasga-mortalha ecoava pelos céus
E ele, o medo, arregaçando as mangas
Abotoando as camisas
Chegue, mia fia, antes que um mal te aconteça
Dar de mão de um rascunho antes que eu mesma me esqueça
Da mãe, da tia, do lenço à cabeça
Tu se lembra, Tito?
Com pouco, eram anos 40
O sol de manhã rebentava o olho da gente
Acordava a natureza da gente,
Era chão, era milho, era água no pote
Era um chegar de um estranho, com um pouco de sorte
Um abrir de cancela, um espiar de arredor
Um voltando da roça, enxugando o suor
Um avisar mãe mais pai, atinar de um latido
Tu se lembra, Tito?
Um ganho suado, que escapava feito areia
O nambu que ninguém via espreitando de esguia
Um que dava farinha num punhado de algodão
É tarde, Nezim
Mas vou me demorar mais um tiquim
Dar de mão de um rascunho
Antes que eu mesma me esqueça
As cinzas, eu achava
O ferver da água
A mãe, lenço à cabeça
A tia, lenço à cabeça
Lenços e terços, eu lembrava
Rezas e medos
O silêncio se agigantava
Ficava assim do tamanho da gente
Depois maior que a gente
Invadia a rede
Balançava a rede
Emaranhava no lençol de saco
Tá lembrado?
Era um rato caminhando no telhado
Era um vento apagar de candeeiro
Era tímido, era cabreiro
Depois ele, o medo
Foi menos sorrateiro
Hora já ia chegando ligeiro
E ele esperava na cabeça da gente
Ele acertava a cabeça da gente
Um que estava outro dia puxando o cabresto
Um que era a voz de outro dia levando vargem no cesto
Era de repente memória
Era voz que a gente não via
Era um lento contar de história
A gente chorava a hora
E dizia
Da mãe, da tia, do lenço
Elas faziam seu terço
Pai, os tios, outras mãos
Retirando seus chapéus
O riso da rasga-mortalha ecoava pelos céus
E ele, o medo, arregaçando as mangas
Abotoando as camisas
Chegue, mia fia, antes que um mal te aconteça
Dar de mão de um rascunho antes que eu mesma me esqueça
Da mãe, da tia, do lenço à cabeça
Tu se lembra, Tito?
Com pouco, eram anos 40
O sol de manhã rebentava o olho da gente
Acordava a natureza da gente,
Era chão, era milho, era água no pote
Era um chegar de um estranho, com um pouco de sorte
Um abrir de cancela, um espiar de arredor
Um voltando da roça, enxugando o suor
Um avisar mãe mais pai, atinar de um latido
Tu se lembra, Tito?
Um ganho suado, que escapava feito areia
O nambu que ninguém via espreitando de esguia
Um que dava farinha num punhado de algodão
Mas vou me demorar mais um tiquim
Dar de mão de um rascunho
Antes que eu mesma me esqueça
As cinzas, eu achava
O ferver da água
A mãe, lenço à cabeça
A tia, lenço à cabeça
Lenços e terços, eu lembrava
Rezas e medos
O silêncio se agigantava
Ficava assim do tamanho da gente
Depois maior que a gente
Invadia a rede
Balançava a rede
Emaranhava no lençol de saco
Tá lembrado?
Era um rato caminhando no telhado
Era um vento apagar de candeeiro
Era tímido, era cabreiro
Depois ele, o medo
Foi menos sorrateiro
Hora já ia chegando ligeiro
E ele esperava na cabeça da gente
Ele acertava a cabeça da gente
Um que estava outro dia puxando o cabresto
Um que era a voz de outro dia levando vargem no cesto
Era de repente memória
Era voz que a gente não via
Era um lento contar de história
A gente chorava a hora
E dizia
Da mãe, da tia, do lenço
Elas faziam seu terço
Pai, os tios, outras mãos
Retirando seus chapéus
O riso da rasga-mortalha ecoava pelos céus
E ele, o medo, arregaçando as mangas
Abotoando as camisas
Chegue, mia fia, antes que um mal te aconteça
Dar de mão de um rascunho antes que eu mesma me esqueça
Da mãe, da tia, do lenço à cabeça
Tu se lembra, Tito?
Com pouco, eram anos 40
O sol de manhã rebentava o olho da gente
Acordava a natureza da gente,
Era chão, era milho, era água no pote
Era um chegar de um estranho, com um pouco de sorte
Um abrir de cancela, um espiar de arredor
Um voltando da roça, enxugando o suor
Um avisar mãe mais pai, atinar de um latido
Tu se lembra, Tito?
Um ganho suado, que escapava feito areia
O nambu que ninguém via espreitando de esguia
Um que dava farinha num punhado de algodão