Minha saliva seria doce,
o meu suor, perfumado,
a secreção do meu sexo,
manjar divino e cobiçado.
Minha obra, ocre e grossa,
patê servido em canapés.
A cera, calda das ouças,
melaço de cem mil réis.
O pus que infecta feridas,
a salmoura que mina dos calos:
dor líquida de ânforas vertida
direto na boca pelos gargalos.
Revertida a ânsia do escarro,
detido o vômito no inguio,
engolidos cuspe e catarro,
desse prazer eu me imbuo.
Seria, assim, mais amado?
Certamente queria mais:
liberto do que o asco traz,
ter motivos pra ser adorado.
Minha saliva seria doce,
o meu suor, perfumado,
a secreção do meu sexo,
manjar divino e cobiçado.
Minha obra, ocre e grossa,
patê servido em canapés.
A cera, calda das ouças,
melaço de cem mil réis.
O pus que infecta feridas,
a salmoura que mina dos calos:
dor líquida de ânforas vertida
direto na boca pelos gargalos.
Revertida a ânsia do escarro,
detido o vômito no inguio,
engolidos cuspe e catarro,
desse prazer eu me imbuo.
Seria, assim, mais amado?
Certamente queria mais:
liberto do que o asco traz,
ter motivos pra ser adorado.