POEMAS

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Lágrimas sagradas
Lágrimas sagradas
Vanderley Sampaio
Vanderley Sampaio
Caindo... caindo...
Em cascatas íngremes e dissonantes,
incongruentes e estranhamente lascivas.

Destituídas de seu pudor
e de seu poder natural,
brilham ao som lúgubre de razões nocivas.

Escondem vergonhas,
revelam fraquezas e destroem sentidos
com sua fatídica beleza.

Não são sobrenaturais,
são frágeis e bestiais,
apenas reluzem mais fortes na tristeza.

Pálidas como as noites sem luar,
em que o calor cálido
sufoca insensatos vendavais.

Elas não são, enfim,
lágrimas normais,
são sangue derramado sobre catedrais.

Por todos os lados,
inundam a própria existência
e os sinos em polvorosa derretem.

O estrondo da inconsciência
povoa a realidade
e os cálices sagrados apodrecem.

A fatalidade semeada
sepultou seus restos mortais
ao lado dos idolatrados generais.

Infames transformadores,
materializaram o próprio fim
em suas batalhas mentais.

Da dor, o grito gemido;
da luta, apenas um último bramido;
juntos, testemunhando o fel em escombros.

E a guerra, mal acabada,
de vida não deixa quase nada,
somente a desolação e a solitude.

Nos ombros descarnados dos que ficam
jaz o peso dos que foram;
e em seus olhos molhados
o medo os faz miseráveis.

O sangue derramado,
o sol apagado,
o sopro viúvo de um vento sofrido,
a imensidão como horizonte inevitável.

O cinza, o vermelho, o choro e o grito.
Insensatez em resumo,
restos da imundície
antes tão bem guardada.
Não nos resta mais nada.
Caindo... caindo...
Em cascatas íngremes e dissonantes,
incongruentes e estranhamente lascivas.

Destituídas de seu pudor
e de seu poder natural,
brilham ao som lúgubre de razões nocivas.

Escondem vergonhas,
revelam fraquezas e destroem sentidos
com sua fatídica beleza.

Não são sobrenaturais,
são frágeis e bestiais,
apenas reluzem mais fortes na tristeza.

Pálidas como as noites sem luar,
em que o calor cálido
sufoca insensatos vendavais.

Elas não são, enfim,
lágrimas normais,
são sangue derramado sobre catedrais.

Por todos os lados,
inundam a própria existência
e os sinos em polvorosa derretem.

O estrondo da inconsciência
povoa a realidade
e os cálices sagrados apodrecem.

A fatalidade semeada
sepultou seus restos mortais
ao lado dos idolatrados generais.

Infames transformadores,
materializaram o próprio fim
em suas batalhas mentais.

Da dor, o grito gemido;
da luta, apenas um último bramido;
juntos, testemunhando o fel em escombros.

E a guerra, mal acabada,
de vida não deixa quase nada,
somente a desolação e a solitude.

Nos ombros descarnados dos que ficam
jaz o peso dos que foram;
e em seus olhos molhados
o medo os faz miseráveis.

O sangue derramado,
o sol apagado,
o sopro viúvo de um vento sofrido,
a imensidão como horizonte inevitável.

O cinza, o vermelho, o choro e o grito.
Insensatez em resumo,
restos da imundície
antes tão bem guardada.
Não nos resta mais nada.

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