POEMAS

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Esquálidos
Esquálidos
Vanderley Sampaio
Vanderley Sampaio
Ouço um grito esquálido,
quase manso ou quase frio.

Vem lá daquela escuridão inerte,
talvez dos densos olhos febris
de uma pessoa invisível
por quem ninguém padece.

Ecoa em minha mente
o assombroso ganido,
quase humano ou quase frio.

Ricocheteia de parede a parede,
numa dança egodistônica
que desalinha ou desatina.

Desaba no lado manco
da minha memória o pobre grito,
quase silvo ou quase frio.

Aglutina-se aos destroçados uivos
dos lobos esquecidos do porvir
que nunca deixei de ouvir.

E em soberba regeneração,
explode em melodia
o desajustado bramido,
quase vivo ou quase frio.

Descolore-se em inimaginável rispidez
e tomba seu pranto no desencanto
das águas serenas e tortas
que molham os vincos do desengano,
cravados com todo desespero
sob os olhos sombreiros
dos que jazem atrás das portas
de um mundo draconiano.
Ouço um grito esquálido,
quase manso ou quase frio.

Vem lá daquela escuridão inerte,
talvez dos densos olhos febris
de uma pessoa invisível
por quem ninguém padece.

Ecoa em minha mente
o assombroso ganido,
quase humano ou quase frio.

Ricocheteia de parede a parede,
numa dança egodistônica
que desalinha ou desatina.

Desaba no lado manco
da minha memória o pobre grito,
quase silvo ou quase frio.

Aglutina-se aos destroçados uivos
dos lobos esquecidos do porvir
que nunca deixei de ouvir.

E em soberba regeneração,
explode em melodia
o desajustado bramido,
quase vivo ou quase frio.

Descolore-se em inimaginável rispidez
e tomba seu pranto no desencanto
das águas serenas e tortas
que molham os vincos do desengano,
cravados com todo desespero
sob os olhos sombreiros
dos que jazem atrás das portas
de um mundo draconiano.

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