POEMAS

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Feira do Malhado
Feira do Malhado
Mauricio Santos Fernandes
Mauricio Santos Fernandes
Vou à Feira do Malhado
procurar um peixe fresco.
Dou-me à rua e atravesso,
faço tudo pelo avesso.

Vou primeiro na caninha,
pois ninguém se faz de ferro.
Desculpo-me com Carminha
por não levar o seu tempero.

No açougue do Caçula,
chã de dentro, cruz machado
e patinho e picanha
fazem na boca aguado.

Tantos cortes me oferece
mas, cortês, eu os recuso.
Vou seguindo a viagem,
não revelo o que procuro.

Passo em frente ao paço escuro
por bueiros mal-cheirosos,
tateando o que procuro
passo por cima de ossos.

Peles, pelos, gente andando,
subo e desço por vielas,
chupo umbus e tamarindos,
acerolas, seriguelas.

Dominós, dado e baralho,
muita gente se apertando.
“Vai pra casa do caralho!”
Eu escuto alguém xingando.

Me divirto com Arlindo,
que do Bosque Esplanada
diz, altivo e sorrindo:
“Peixe fresco que é bom, nada!”

Peixe fresco já nem sei
se era do que eu precisava.
Acho até que me enganei,
gostei mesmo foi da andada.
Vou à Feira do Malhado
procurar um peixe fresco.
Dou-me à rua e atravesso,
faço tudo pelo avesso.

Vou primeiro na caninha,
pois ninguém se faz de ferro.
Desculpo-me com Carminha
por não levar o seu tempero.

No açougue do Caçula,
chã de dentro, cruz machado
e patinho e picanha
fazem na boca aguado.

Tantos cortes me oferece
mas, cortês, eu os recuso.
Vou seguindo a viagem,
não revelo o que procuro.

Passo em frente ao paço escuro
por bueiros mal-cheirosos,
tateando o que procuro
passo por cima de ossos.

Peles, pelos, gente andando,
subo e desço por vielas,
chupo umbus e tamarindos,
acerolas, seriguelas.

Dominós, dado e baralho,
muita gente se apertando.
“Vai pra casa do caralho!”
Eu escuto alguém xingando.

Me divirto com Arlindo,
que do Bosque Esplanada
diz, altivo e sorrindo:
“Peixe fresco que é bom, nada!”

Peixe fresco já nem sei
se era do que eu precisava.
Acho até que me enganei,
gostei mesmo foi da andada.

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