Poemas

Acordava cedo pra ficar sentado lá na pedreira
Lá do alto da colina
Acompanhava todo movimento do bairro
Igual coruja
Via Silas entregar jornal
E todos que passavam pra trabalhar
Na empresa de ônibus
Outro dia dei um susto no Telo
Eram cinco da manhã, estava bem escuro
Ele vinha se borrando de medo
Peguei umas pedras de brita e joguei na rua
Nossa, como correu!
Sozinho no meu íntimo, pensando o que seria de mim
Pois o tempo voa
E eu já não era tão novo assim
Queria ser mecânico
Mas tinha uma imaginação fértil
Pensava no futuro
Ao retomar o pensamento no presente
Já estou com fome e a barriga ronca
Aí, vou à venda pedir fiado
Peço pra anotar na caderneta
Uma bisnaga de pão
E vou tomar café
Café, não
Água com açúcar
Pois há três dias tinha acabado o pó de café
Como rápido, pensando em ir pra escola
Com certeza, não preocupado
Com as disciplinas do dia
E, sim, com o horário da merenda
O pessoal da cantina é nota 10