Há um cheiro que ficou no ar
desde que você se foi.
Comprei pá, sacho e um regador
que não pretendo usar.
Pretendo, ao que me permitas,
conduzir tua lavoura no poente
proporcionando ao árido o fértil,
germinando a poesia das sementes
ainda verdes no jardim do teu olhar.
Em tua boca o outono em ventania é o sorriso
que dobra o xaxim à samambaia, ao movê-la,
assim como um pássaro abraça as estrelas
em todo silêncio que é preciso para dobrar
a gaiola em seu voo ou pensamento.
Lembra-te que, por virtude divina ou maldade,
virá o derradeiro anoitecer (o Jardineiro),
com luvas de primavera e tesoura
que não pretende usar.
Com terra ancestral – negra borracha,
irá desmanchar a mão que escreve,
como o lápis de sol desenha,
com técnica de bonsai, água na neve.
Há um cheiro que ficou no ar
desde que você se foi.
Comprei pá, sacho e um regador
que não pretendo usar.
Pretendo, ao que me permitas,
conduzir tua lavoura no poente
proporcionando ao árido o fértil,
germinando a poesia das sementes
ainda verdes no jardim do teu olhar.
Em tua boca o outono em ventania é o sorriso
que dobra o xaxim à samambaia, ao movê-la,
assim como um pássaro abraça as estrelas
em todo silêncio que é preciso para dobrar
a gaiola em seu voo ou pensamento.
Lembra-te que, por virtude divina ou maldade,
virá o derradeiro anoitecer (o Jardineiro),
com luvas de primavera e tesoura
que não pretende usar.
Com terra ancestral – negra borracha,
irá desmanchar a mão que escreve,
como o lápis de sol desenha,
com técnica de bonsai, água na neve.