ANTOLOGIA


Heranças

Ericka Louise Talarico

(Suzano/SP)

Disseram-lhe: pequena, sem pai,
Bonita, tão branquinha.
Quando você crescer, vai ser como a sua mãe,
Uma simples empregada.
É melhor você dizer que tem sangue azul,
Se casar com um homem rico,
De preferência lá do Sul.
Ele vai te dar o que importa:
Nome, dinheiro e uma mansão
Cheia de empregadas,
Iguais à sua mãe, mas ela sim parece mulata.

Disse-lhes: não farei o que me dizem,
Quero crescer livre, amar, ser amada e feliz!
Vou ser poeta de uma rima só,
Um dia o sonho não será mais um nó…
E com a minha mãe – assim como a minha mãe!
Enquanto isso eu canto,
Proclamo o nosso pranto.
Disseram-lhe: pequena, sem pai,
Bonita, tão branquinha.
Quando você crescer, vai ser como a sua mãe,
Uma simples empregada.
É melhor você dizer que tem sangue azul,
Se casar com um homem rico,
De preferência lá do Sul.
Ele vai te dar o que importa:
Nome, dinheiro e uma mansão
Cheia de empregadas,
Iguais à sua mãe, mas ela sim parece mulata.

Disse-lhes: não farei o que me dizem,
Quero crescer livre, amar, ser amada e feliz!
Vou ser poeta de uma rima só,
Um dia o sonho não será mais um nó…
E com a minha mãe – assim como a minha mãe!
Enquanto isso eu canto,
Proclamo o nosso pranto.

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Ericka Louise Talarico – Desde criança descobri minha afinidade com as palavras e expressões artísticas. Aos 14 anos, usava meu tempo livre para escrever livros de romance e, quando estava no ensino médio, ganhei um concurso estadual de crônicas. Mas aos 16, quando comecei a trabalhar, acabei deixando meus escritos na gaveta. Aos 18, iniciei a graduação em Psicologia e, logo após, me especializei em Arteterapia, curso que me fez relembrar o papel importante que as artes sempre tiveram em minha vida. Aos 28 anos, voltei a escrever e, recentemente, tive uma poesia de minha autoria classificada no Concurso Poesia Agora – Outono 2019 e um miniconto pelo II Concurso Literário da Editora Gráfica Heliópolis.
Ericka Louise Talarico – Desde criança descobri minha afinidade com as palavras e expressões artísticas. Aos 14 anos, usava meu tempo livre para escrever livros de romance e, quando estava no ensino médio, ganhei um concurso estadual de crônicas. Mas aos 16, quando comecei a trabalhar, acabei deixando meus escritos na gaveta. Aos 18, iniciei a graduação em Psicologia e, logo após, me especializei em Arteterapia, curso que me fez relembrar o papel importante que as artes sempre tiveram em minha vida. Aos 28, voltei a escrever e, recentemente, tive uma poesia de minha autoria classificada no Concurso Poesia Agora – Outono 2019 e um miniconto pelo II Concurso Literário da Editora Gráfica Heliópolis.
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